No processo de preparação da equipa para a competição, são-nos colocadas algumas exigências.
Primeiro, conhecer as possibilidades e particularidades dos jogadores e da própria equipa.
Segundo, conhecer as possibilidades e particularidades do adversário.
Terceiro, conhecer as características específicas da competição.
Quarto, preparar as unidades de treino do microciclo precedente à competição, tendo em conta toda a informação recolhida nos três pontos anteriores.
A observação do jogo será um meio que nos ajudará imenso na satisfação destas duas exigências. A observação do jogo tem como objectivo a caracterização e a avaliação dos parâmetros observáveis da prestação competitiva, colectiva e individual, e suas formas de manifestação, isto é, a descrição e valorização das estruturas do rendimento e das inter-relações que estabelecem, no sentido do reconhecimento das suas regularidade.
A observação será, então, o instrumento mais valioso para a avaliação quer da nossa equipa quer do adversário. Permite-nos um controlo da prestação, sendo pois, imprescindível ao processo de preparação para a competição.
Além disso, é essencial durante a competição.
Com estas exigências satisfeitas, é-nos possível elaborar um plano de jogo.
Avaliação da performance do atleta e/ou da equipa
Esta avaliação consiste em avaliar a performance nas situações de jogo. Refere-se a todos os factores que influenciam a eficiência técnica no jogo.
Os aspectos que podemos avaliar são:
Técnica
Inteligência táctica
Táctica colectiva
Qualidades intelectuais
Qualidades psicoemotivas
Estes aspectos podem ser avaliados através de testes objectivos e subjectivos. O treinador deverá desenvolver a capacidade de observação de forma a utilizar, eficazmente os diferentes meios de avaliação:
Testes
Grelhas de observação
Fichas de jogo
Escalas de apreciação
Etc.
Qualquer que seja o método utilizado, a interpretação dos dados pelo treinador deve ter significado para o atleta. A informação deverá ser comunicada ao atleta numa forma útil e sempre em função dos objectivos adoptados. Ainda relativamente á informação a passar aos atletas ela deve ser simples e o mais precisa em relação aos parâmetros em causa e sempre que possível, após o jogo, reforçar as informações recolhidas com a imagem do(s) jogo(s) observado(s) relativa á informação que passou ao atleta(s).
Avaliação dos aspectos tácticos
Pelo número de jogadores envolvidos em cada sequência do jogo, o voleibol envolve, constantemente, elementos tácticos. Além disso, a qualidade do jogo e dos adversários irá influenciar largamente a eficiência táctica do jogador/equipa.
É importante que o treinador escolha métodos de avaliação que lhe permitam uma quantificação objectiva da prestação competitiva.
Muitos treinadores apontam a observação subjectiva como inadequada e errónea. É fonte de conflitos entre jogadores por um lado e jogadores e treinadores por outro, pois, não permite ultrapassar todo o conjunto de reacções emotivas que se seguem às derrotas ou vitórias.
Como meios de controlo e regulação, as avaliações técnico-tácticas devem possuir graus elevados de objectividade, para garantirem uma comparação de resultados eficaz. As suas funções serão:
Assegurar as bases para o conhecimento do processo de preparação: verificando a correcção do plano de preparação, fundamentando a continuidade da sua aplicação; detectando falhas no processo de preparação, exigindo alterações ao plano previamente traçado; realizando o prognóstico de futuras prestações competitivas; investigando os factores limitadores da prestação competitiva. e
Objectivar as opiniões subjectivas resultantes do controlo operativo e diário do treino;
Classificar relativamente os atletas conforme a sua capacidade de realização da tarefa;
Determinar qual o nível de desenvolvimento de determinada habilidade;
Determinar os pontos fracos e limitações do atleta/equipa;
Determinar o estado de treino actual individual e colectivo;
Determinar os progressos, estagnações ou regressões;
Estabelecer as necessidades para cada factor de rendimento;
Avaliar os efeitos do treino, comparando os dados presentes com anteriores;
CONCLUSÃO
A preparação e orientação de jogos e jogadores exigem que o treinador esteja sempre a caminho… O treinador é na sua essência, um filósofo. A sua actividade exige ser, constantemente, reflectida.
Na preparação e orientação de jogos e jogadores mais especificamente, o treinador deverá procurar continuamente mais exigências, assim como os critérios para a sua satisfação. Deste modo, estará cada vez mais apto a desempenhar eficazmente a sua função nesse campo.
Este artigo, em vez de gerar auto-satisfação, deverá, então, acrescentar o horizonte do quanto há para fazer.