Muito para além da corrida

Habitualmente, quando pensamos no tema running, pensamos apenas naquilo que nos salta à vista, naquilo que é óbvio: correr. Mas o running é muito mais para além disso. O treino, é muito mais do que simplesmente correr.

Seja para o atleta de alto-rendimento ou para o praticante de corrida numa perspetiva de saúde/bem-estar/lazer, é fundamental e, até, imprescindível o planeamento de todo o processo de treino. Seja mais ou menos pormenorizado, mas é importante planear, estruturar, organizar. É muito importante para um praticante, seja qual for o seu nível, ser metódico e ter planeado tudo aquilo a que se propõem fazer. Afinal, é do nosso corpo que se trata.

Na estruturação de um plano de treino, não basta simplesmente esquematizarmos uma grelha semanal e decidir quantos quilómetros fazer em cada dia, em que dia fazer as chamadas “séries” e, como também habitual, escolher um dia para o treino de “subidas e descidas”. Fosse tão fácil assim e, realmente, qualquer um o poderia fazer.

Assim, quando estruturamos o treino de um determinado praticante, tudo aquilo que é mais difícil de organizar é exatamente tudo aquilo que é externo ao treino aeróbio, ou seja, ao treino de corrida longa. Porque os pormenores são aquilo que nos distingue, aquilo que diferencia quem pode ser realmente bom naquilo que faz, há que ter consciência de que são todos esses pormenores que definem um bom planeamento de treino, pois cada praticante é completamente diferente, tem características totalmente diferentes e, como tal, uma adaptação ao treino igualmente diferente.

Há tópicos fulcrais a ter em conta na esquematização do treino de um praticante:

  • O descanso. Tão ou mais importante do que o tempo que treinamos, é o tempo que descansamos. Se não houver dias de descanso bem definidos, horas de sono bem dormidas, recuperação muscular feita através da aplicação de gelo e, até mesmo, de massagens de relaxamento, o corpo não regenera devidamente e todos os treinos que se seguem não vão ter o efeito pretendido.

 

  • O reforço muscular. É, sem dúvida alguma, o conteúdo mais importante no treino de um praticante. Para conseguirmos que um praticante treine o tempo que desejamos, é imprescindível a prevenção de lesões, que são a principal causa da diminuição de tempo de treino de um praticante, não só pelo período de tempo necessário à recuperação, como também pelo período de tempo que é necessário para que o atleta recupere os seus hábitos de treino e volte a estar a 100%.

 

  • A técnica de corrida. Mais do que simplesmente correr, há que saber correr. Há que correr bem. E, para isso, há que aprender a correr.

 

  • O volume de treino. Em todo o planeamento de treino de um determinado atleta, mais importante do que os conteúdos, é o volume de cada um deles, ou seja, a quantidade. Toda a carga, todos os conteúdos e, até mesmo, o número de quilómetros percorridos, tem de ser contabilizado, tem de ser gerido, para que o atleta não entre em sobretreino, o risco de lesão aumente e o rendimento diminua, consequentemente.

 

Assim, constatamos efetivamente que todo o processo de treino de um praticante de corrida deve ser planeado com extremo cuidado, pois o simples facto de termos nas mãos a aliança entre o bem-estar físico e mental de um praticante e o rendimento do mesmo, torna o trabalho do profissional de Educação Física numa tarefa árdua e delicada e, por isso mesmo, que só deve ser executada pelo mesmo.

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Informação sobre o Autor

Daniel Soares

Formador de Marcha e Corrida

• Licenciado em Ciências do Desporto pela FADEUP • Professor no ginásio AmazinGym • Treinador de Nível II de Atletismo pela FPAtletismo • Personal Trainer

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