Inveja

Luís de Camões, esse grande poeta português, um dos maiores poetas do Ocidente, terminou a sua grande obra com uma palavra que caracteriza o ser humano (ou os portugueses no específico, segundo a opinião): inveja. O significado mais simples de inveja é o que vem definido no dicionário Priberam: “desgosto pelo bem alheio; desejo de possuir o que o outro tem, geralmente acompanhado de ódio pelo possuidor”.

Acredito sinceramente que todos podemos ter a pretensão de ter mais, seja o mais o que seja: mais dinheiro, mais títulos, mais saúde, ou mais tempo, mais descanso, mais amigos. É algo intrínseco ao ser humano o querer mais embora o mais de algo significar sempre o menos de alguma coisa. Se quero ter mais dinheiro o normal é que tenha de trabalhar mais, esforçar-me mais, instruir-me mais para poder atingir esse objetivo e nesse caso, caso o objectivo seja atingido ou não, durante esse percurso terei menos tempo de descanso, menos força e menos tempo de lazer.

A anedota moral da espada de Dâmocles é um bom exemplo de todos aqueles que cobiçam o alheio sem querer pagar/sofrer os custos inerentes. Jack Welch sintetizou muito bem os custos familiares que se têm para se chegar a ser um excelente empresário: ser-se um pai ausente; Cristiano Ronaldo já referiu que nunca joga sem dores e que quando o fizer significa que já não joga futebol profissional. O slogan da Nike é muito explícito: “No pain, no gain”.

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Informação sobre o Autor

Ricardo Cayolla

Ex-Tenista

• Ex tenista profissional • Gestor desportivo • Ph.D. em Marketing e Estratégia

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