Já faz alguns anos, acerca de um projeto em que eu estava a pensar avançar, que eu dizia a um grupo de amigos a seguinte frase: “o futuro é hoje”. Infelizmente (ou não), o projeto não avançou e o grupo de amigos desfez-se, mas a frase continua atual. De facto, antes como agora, eu acredito que o futuro é hoje.
Se eu hoje for mais disciplinado, tenho hipótese de ter um melhor futuro. E se for mais trabalhador, também. E mais amigo. E mais simpático. E mais atleta. E assim sucessivamente.
Seja um desportista, um académico, um treinador, um pai, um político, um estudante, um médico, um irmão, seja quem quer que seja, no âmbito profissional ou pessoal, aquilo que se faz no dia a dia é aquilo que conta para o dia a dia e para o futuro. Tudo aquilo que fazemos tem de ter uma componente atual e uma componente futura.
Acredito muito na máxima do agricultor: semear para colher. Se quero ter boas notas, tenho que estudar. Se quero ser bom pai tenho que me dedicar aos meus filhos. Se quero ser um bom desportista, tenho de treinar arduamente. Mesmo não tendo garantias de sucesso, duas razões deveriam obrigar-me a ser assim: a primeira é que sou mais feliz; a segunda é que, se não for desta maneira, de certeza que não alcanço os meus objetivos.
No que respeita ao ensino, tão importante principalmente nos primeiros anos de vida, na forma como está atualmente, tem um futuro pouco risonho. Ensinamos o que não precisamos, matérias muitas vezes caducas e que não servem para nada, e não olhamos para a realidade em que vivemos.
No ensino deveria ser obrigatório uma componente fortíssima de artes, música e desporto. Saber desenhar, tocar flauta e jogar ténis. Ou saber fazer uma peça de barro, tocar piano e jogar futebol. Ou outros exemplos. Teatro, cinema, fotografia. Saxofone, bateria e viola. Basquetebol, andebol, hóquei. Os que quisessem dentro desta lógica.
Acrescento a estas matérias, que deveriam ser obrigatórias mas que estão tão marginalizadas, o saber falar em público, o saber apresentar-se a uma pessoa e o saber mexer em programas de computador dos mais variados. Entre muitas outras.
Mesmo dentro deste nosso sistema de ensino, que é mau mas é melhor que a maioria dos que existem, podemos ser melhores. Se vivermos mais preocupados com o que temos e somos, em vez de nos preocupar tanto em comparar o que somos e temos com os outros, seriamos muitos mais felizes. Agora e no futuro.