Figo

A candidatura de Luís Figo ao cargo de presidente do órgão máximo do futebol mundial, FIFA, é uma jogada de mestre. Não tenho qualquer dúvida que nem Luís Figo acredita que pode ter qualquer hipótese de ganhar estas eleições que se vão disputar em 2015. Mas o seu posicionamento para as próximas eleições, as de 2019, fica desde já marcado e aí sim, acredito que se trabalhar bem nestes próximos quatro anos possa ter reais hipóteses de ganhar. Por trabalhar bem entenda-se viajar muito, estar em muitos palcos futebolísticos, reunir com muitas federações, estar constantemente disponível, manter uma aura mediática positiva, entre vários outros aspetos. E ter a sorte de a seleção nacional ir fazendo boas campanhas futebolisticamente falando, o que lhe permitiria ir à boleia para muitos eventos e paragens várias.

Não conheço pessoalmente Luís Figo mas tive o prazer de o ver jogar ao vivo, várias vezes. Foi um jogador fantástico, possante mas com muita classe. Dava gosto de ver jogar.

Na minha opinião, no ano em que foi o melhor jogador do mundo estava a jogar no Barcelona. Sim, foi no ano anterior a ser coroado o melhor do mundo, então já no Real Madrid. Foi o início da máquina dos galácticos. No Barcelona, fez a sua melhor época de sempre, numa equipa fantástica onde pontuava Rivaldo, esse enorme jogador brasileiro que nunca percebeu que para ser o melhor do mundo não basta ser o melhor do mundo – como efetivamente o foi. É preciso outras coisas…

Comecei por escrever que a candidatura de Figo à presidência da FIFA é uma jogada de mestre pois, numa altura em que Cristiano Ronaldo é um autêntico eucalipto no que respeita a acaparar as atenções do futebol mundial, Figo consegue colocar-se de novo na ribalta, debaixo dos holofotes. Depois de uma frase infeliz – ou descontextualizada – em que afirmou que, na sua altura, jogou contra jogadores tão bons ou melhores que Cristiano Ronaldo, Figo consegue capitalizar essa atenção inicial – mesmo que negativa, como se viu pela reação da irmã de Cristiano Ronaldo – e revertê-la a seu favor. Quem é que é o português que não quer um seu compatriota a liderar o futebol mundial?

Outros Artigos de Opinião

Partilhar Este Artigo

Informação sobre o Autor

Ricardo Cayolla

Ex-Tenista

• Ex tenista profissional • Gestor desportivo • Ph.D. em Marketing e Estratégia

Recebe Conteúdos Exclusivos

Subscreve a nossa newsletter e mantém-te informado(a) sobre o desporto no nosso concelho.