A dor lombar é provavelmente a queixa neuro-músculo-esquelética mais frequente na população humana. A Organização Mundial de Saúde estima que 65% a 80% da população terá um dia um quadro clínico de dor lombar, e cerca de 40% terão recorrência desses sintomas. É uma das principais causas de absentismo laboral e também uma importante causa de incapacidade associada à prática desportiva.
A lombalgia pode ser definida como uma dor ou desconforto localizado na região lombar e\ou nadegueira, com ou sem irradiação para um ou ambos os membros inferiores. A lombociatalgia popularmente conhecida como “ciática” é decorrente de uma alteração ao nível do nervo ciático, explicando a dor, “formigueiros”, alterações da sensibilidade, e outros sintomas irradiados ao longo de um trajeto do membro inferior.
Mas a lombalgia e lombociatalgia, não são patologias em si mas um quadro clínico com determinados sintomas. Esses sintomas podem estar associados a múltiplas causas como alterações do disco intervertebral (por exemplo, as hérnias de discais), das articulações intervertebrais, processos inflamatórios, alterações degenerativas (por exemplo os osteófitos, mais conhecidos como “bicos-de-papagaio”), alterações musculares, alterações posturais, entre outras.
Um dos aspetos importantes é a identificação do mecanismo lesão. Frequentemente o início de sintomas está associado a um mecanismo de lesão identificável; por exemplo, a “pegar um peso”, um “movimento de rotação”, uma postura mantida, entre outros. Por vezes, o início é gradual e está associado a situações de esforço, sobrecarga, ou alguma alteração pré-existente que predispõem para o inicio dos sintomas.
O diagnóstico deve ser realizado por meio do exame físico, em conjunto com a história clínica e o quadro clínico do indivíduo, identificando a necessidade de exames complementares de diagnóstico para comprovar ou excluir determinadas condições que possam necessitar outra abordagem.
O tratamento das lombalgias e lombociatalgias deverá ser preferencialmente conservador. Todavia, quando a resposta a este não é satisfatória, em situações de dor persistente, sinais neurológicos (perda de força, sensibilidade, reflexos), ou outras alterações patológicas e\ou estruturais graves, podem ser necessários alguns procedimentos invasivos, como infiltrações ou algumas abordagens cirúrgicas.
Em fisioterapia, o tratamento das lombalgias e lombociatalgias pressupõem uma correta avaliação e identificação da causa do problemas. O tratamento deverá ser direcionado para a causa da disfunção. Através de técnicas específicas de fisioterapia, maioritariamente associadas à terapia manual, como técnicas de mobilização e manipulação, exercício terapêutico, estratégias de redução de dor e espamo muscular, como o calor, a mobilização dos tecidos moles, a massagem, a electroterapia, as ligaduras funcionais ou neuromusculares, permitem ir de encontro com a resolução do problema. Para garantir a melhoria funcional e evitar recidivas é fundamental ter em conta estratégias de correção postural, reeducação da musculatura lombo-pélvica e correção de desequilíbrios musculares.
Muitas da lombalgias em contexto desportivo estão associadas a esforço e sobrecarga. É fundamental não esquecer os aspetos chave relacionados com a prevenção das lesões. Uma boa preparação das estruturas neuro-músculo-esqueléticas da coluna vertebral e membros inferiores e o trabalho específico de readaptação\reeducação muscular, permite diminuir a probabilidade de ocorrência de lombalgias e/ou minimizar potenciais recidivas.
Cuide da sua coluna e em caso de dúvida, consulte o seu fisioterapeuta! purafisio@purafisio.pt
Até breve!
