A tecnologia ao serviço do voleibol – pt. II

Antes de entrar propriamente no desenvolvimento deste ponto, é necessário deixar claro que, o “scouting” não é utilizado apenas na equipa adversária. O “scouting” é também efectuado antes de mais, na própria equipa (medindo as possibilidades e potencialidades da nossa equipa e a forma como o adversário reage às nossas opções). Assim, como os instrumentos de avaliação da nossa equipa (referidos no ponto anterior) não nos são exclusivos. Podem e devem ser aplicados também na equipa adversária.

O objectivo é conhecer ambas as equipas o melhor possível, quer antes (para a elaboração do plano de jogo), quer durante (para a orientação da equipa no jogo) a competição. Então, quanto mais adequada for a informação recolhida (segundo os interesses do treinador) e mais qualidade tiverem as “ferramentas” utilizadas pelo treinador para obter essa informação, mais eficaz será a sua intervenção neste campo.

O “scouting”, se em Portugal ainda não é prática corrente (algumas equipas utilizam-no como instrumento de trabalho, mas muitas outras se o utilizam, fazem-no sem sentido), aos mais elevados níveis de competição, ninguém dispensa tal procedimento, utilizando mesmo tecnologia da mais sofisticada (ex. Data-Volley e Data-Video).

Actualmente, a observação do adversário, é uma componente importante do trabalho do treinador. O tempo que ele utiliza a observar e a avaliar o adversário, é por vezes tão importante como o tempo gasto no treino.

Porém, como em qualquer outro campo da sua actividade, pode ser tempo desperdiçado, se não usado convenientemente. Interessa-nos pois, saber qual a informação a recolher, como recolhê-la e como a usar em benefício da equipa (quer antes, quer durante a competição).

Conclusão

Relativamente á observação e análise do jogo destacamos aqui algumas conclusões em forma de síntese:

  • Falar de estatística é falar de alto nível, pois assume-se como a ferramenta mais importante de trabalho do treinador, visando uma procura constante na evolução e desenvolvimento das capacidades dos atletas.
  • O uso não adequado da estatística e imagem de vídeo, na formação do jovem atleta pode ser “objecto de eliminação” e não de elemento pedagógico de reforço positivo na “procura da excelência”.
  • Não se pode fazer estatística só porque… sim! É preciso usar os resultados para evoluir, daí que seja muito importante interpretá-los correctamente e, a partir deles procurar desenvolver métodos de treino com o objectivo de melhorar.
  • É importante procurar ser simples, claro e objectivo em todas as fases do processo de análise e observação, evitando as situações dúbias de interpretação subjectiva.
  • “Pouco mas bem” deve ser o lema!

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Informação sobre o Autor

Hugo Silva

Treinador da Seleção Nacional de Voleibol

• Licenciado em Desporto e Educação Física na FCDEF-UP • Treinador Principal da Selecção Nacional • Ex-treinador Principal do SC Espinho • Coordenador nacional do projecto Gira-Volei da FPV

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