O futebol é um tempo próprio…
A equipa pode ser considerada como um relógio.
Inúmeras peças, todas diferentes, umas de cobre, estanho, plástico, aço, couro, ouro, platina e até diamante…
Mas só ganham sentido se funcionarem como equipa pois representa a entidade máxima (génios sozinhos pouco ou nada conseguem).
O futebol evoluiu nem sempre de forma linear, por vezes há recuos, retrocessos e até avanços.
Há muitos anos, Ferreirinha “inventou” o tic-tac que foi atribuído nos últimos anos a Guardiola… a equipa funcionava em pleno.
Pedroto, a sua posse de bola como estratégia, jogo curto, dinâmica coletiva em bloco com pequenos espaços entre linhas, criando surpresas inesperadas, equipas coesas e muito fortes; continua intemporal.
O treinador, seja em que clube ou escalão, respira futebol 24 h e o jogador também….
Por isso, o treinador, em função dos jogadores e do clube, define prioridades, um modelo/estilo/projeto de jogo: princípios básicos, movimentações ofensivas e defensivas, cria os exercícios que permitam estruturar a equipa de forma coerente para jogar como treina.
Todos conhecem o modelo de jogo, as variantes em função do evoluir do jogo e os ritmos, as mudanças, as combinações, as compensações e as coberturas a fazer.
Uma equipa é sempre uma identidade, onde todos compreendem o que têm de fazer e por que razões se treinam aqueles movimentos.
Dominar emoções, evitar acelerar batimentos cardíacos por receio de falhar, tudo tem de ser dominado, treinado, com coerência, carácter e responsabilidade.
Não devemos perder a bola, mas acontece.
Não podemos errar passes, mas acontece.
Agora o que nunca pode deixar de acontecer é procurar corrigir de imediato o lapso defendendo logo, de forma articulada, dificultando o adversário, sem distrações e com colaboração total, organizada.
Se o relógio parar, atrasar-se, adiantar-se, enganar-nos, deixa de merecer confiança.
Quando se é substituído não há “indisposições”, pois nunca se inferioriza ninguém, mas antes procura-se sempre a melhor solução para todos, e isso só cabe ao treinador.
Treinar sempre com concentração e seriedade, mesmo quando se está fora dos convocados ou no banco, é indispensável. A oportunidade vai sempre acabar por chegar e se não estiver preparado, sai prejudicado.
Numa equipa, dentro do campo, no treino ou no jogo, não pode haver equívocos, relações de indiferença ou desatenções.
Mentalidade de campeão é trabalhar sempre com “garra”, com vontade, com determinação e lealdade.
Nunca protestar (com árbitros, colegas, adversários, público…), falar sempre frontalmente, pensar na equipa, esclarecendo com o treinador todas as dúvidas.
Acreditar que é possível fazer sempre melhor…porque é mesmo!
Uma peça do relógio, por mais pequena, pode ser a chave para o sucesso ou o insucesso.
Não há pressa, nem culpabilização… há responsabilidade, trabalho e resultados.
Todos são importantes nas suas diferenças, desde que transformem a equipa na entidade mais importante.
O trabalho é a maior possibilidade para a inspiração.
As rotinas são o melhor caminho para o sucesso, criando aptidões de decisão e competência para vencer mais vezes…
Disciplina é sempre essencial.
Evitar desperdiçar recursos é a atitude mais inteligente.
Os sentidos devem estar programados para a equipa, para os treinadores, para os colegas e para a bola, para a defesa da nossa baliza e para se conseguirem situações de finalização na baliza adversária.
Jogar para ganhar é um princípio fundamental permanente.